Senegal: Irmão mais novo de Macky Sall reage a acusações de corrupção

O irmão do Presidente senegalês, Aliou Sall, anunciou em conferência de imprensa na segunda-feira, duas queixas contra a imprensa britânica, reagindo à investigação exclusiva da BBC sobre um escândalo de 10 mil milhões de dólares em que supostamente estará envolvido e que levou a ONG Global Witness a pedir às autoridades da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos que investiguem o irmão do presidente senegalês, bem como as empresas britânicas com as quais está relacionado.

Aliou Sall indicou que trouxe “respostas muito claras” através dos seus advogados, e que a BBC, “não quis levar isso em conta na sua investigação”.

O irmão do Chefe de Estado, presidente da câmara de Guédiawaye, que também é chefe da Caisse des Dépôts de Consignation (Cdc), acusado de ter “recebido 146 milhões de FCFA de Franck Timis pela Offshore Trust”, apresentou um desmentido.

Sall denunciou que este caso é orquestrado por pessoas que querem apenas manchar a sua imagem, e que se quer livrar das acusações de que é alvo no documentário intitulado “Um escândalo de 10 mil milhões de dólares”.

“Este documentário deu a palavra à oposição radical senegalesa. A oposição anti-diálogo representada por Abdoul Mbaye, Mamadou Lamine Diallo, mas também incluindo Ousmane Sonko e Thierno Alassane Sall (…). Nenhum perito senegalês nem nenhum membro da sociedade civil foi entrevistado pela BBC. Isso diz muito sobre as intenções dos apresentadores deste programa”, laponta Sall, acrescentando que “a BBC entrevistou antigos colaboradores de Frank Timis, que estão em conflito aberto com este”.

Sall refere que “a compra das ações da Frank Timis pela Bp seria de 250 milhões de dólares ou cerca de 150 mil milhões de francos CFA. Eu não estou ao corrente desta transação. Eu nunca encontrei um único responsável da Bp e considero que, se tal acordo existisse, diria respeito apenas a essas duas entidades”, defende.

Quanto ao seu salário, Sall observa que foi injustamente revelado pela BBC, porque é um contrato privado confidencial, não é ilegal. “Devo dizer também que eu tinha colegas na mesma empresa que recebiam mais e outros tanto. Este salário é totalmente consistente com a prática nos círculos profissionais de petróleo e gás”.

Sall rejeita as acusações da imprensa britânica, afirmando que nunca recebeu, direta ou indiretamente, qualquer pagamento da Frank Timis  Corporation através da Agritrans.

“A Agritrans é uma empresa que existe desde 2011 e cuja existência é reportada como qualquer outra empresa criada no Senegal, no site da Apix. Não há, portanto, nenhum desejo de esconder a sua existência. Ela não está ativa desde que trabalho para o governo senegalês novamente”, disse Aliou Sall.

Recorde-se que a ONG Global Witness pediu às autoridades da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos para investigar o irmão do presidente senegalês, bem como as empresas britânicas com as quais ele está relacionado.

De acordo com a pesquisa da BBC Panorama e da Africa Eye, o irmão do presidente senegalês Aliou Sall Aliou Sall recebeu 25 mil dólares por mês da Timis Corporation. Grandes somas de dinheiro que a investigação da BBC descreve como corrupção.

Entretanto o advogado de Aliou Sall, anunciou uma queixa por difamação a nível nacional e internacional contra a BBC acusando-a de corrupção.

“Apresentaremos uma queixa contra a BBC a nível nacional e internacional o mais rápido possível, porque diz no artigo 258 do Código Penal que qualquer alegação ou imputação que ofenda a honra da pessoa é difamação” disse Moustapha Dieng.

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