Angola: CASA-CE apela a intervenção nos Caminhos-de-Ferro de Luanda

O deputado Alexandre Sebastião André, da CASA-CE, defendeu esta terça-feira, 21 de maio, em Luanda, uma intervenção do Estado na atual situação nos Caminhos-de-Ferro de Luanda (CFL), uma vez que os trabalhadores estão em greve há mais de um mês.

As declarações foram feitas à imprensa no final da visita de um grupo de deputados da coligação angolana à sede dos CFL, tendo o político referido ainda que só com a intervenção do Estado é que a empresa pública terá uma nova dinâmica no seu funcionamento.

Alexandre Sebastião André, que falou em nome de todos os deputados da CASA-CE, concluiu que os CFL transformaram-se numa “empresa doente”. “Há péssimas condições de funcionamento, pelo facto de não poder produzir ou criar as condições de trabalho que os trabalhadores exigem, facto que faz surgir as greves, falta de respeito e outros males que enfermam a empresa”, salientou.

“Numa casa onde falta pão, todos ralham, mas ninguém tem razão”, disse ainda, usando assim um conhecido ditado popular para descrever a situação dos CFL, além de mencionar que a empresa não tem produção nem receitas próprias, estando apenas dependentes dos 35 milhões de kwanzas (94.896 euros) provenientes do Orçamento Geral do Estado, quando precisa, no mínimo, de 300 milhões de kwanzas (813.399 euros).

Também a UNITA se pronunciou em relação ao sucedido, criticando a carga policial contra os trabalhadores dos CFL, ocorrida no dia 13 deste mês. Durante uma conferência efetuada ontem, o vice-presidente do maior partido da oposição, Raul Danda, considerou trágico o problema dos CFL, “com os trabalhadores a serem espancados e impedidos de exercer os seus direitos e a serem julgados sumariamente”.

“A carga policial ocorrida no dia 13 contra os trabalhadores que faziam uso do seu direito constitucional à greve é simplesmente inaceitável. É caso para perguntar que país temos afinal?”, questionou, afirmando que o poder judicial em Angola “ainda luta por um lugar ao sol”.

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